O Instituto Brasileiro de Energia Reciclável – IBER, a Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (Abrabat) e a Gerdau unem forças para implementar um projeto-piloto no Estado de São Paulo de Centros de Reciclagem Automotiva. A entidade gestora do sistema de logística reversa da cadeia produtiva de baterias atuará para que os componentes retirados dos veículos considerados em “fim de vida útil” recebam a destinação ambientalmente correta. Para isso, fará a interlocução com seus associados e comprovará toda a movimentação através de seu sistema de logística reversa, já consolidado no Brasil.
Os resultados esperados vão desde a alta no cumprimento das metas de reciclagem de baterias e outros componentes, até a redução nas emissões de gases poluentes e diminuição da incidência de problemas de saúde relacionados à má qualidade do ar. Os Centros de Reciclagem Automotiva serão espaços de integração de expertises, funcionando nos moldes da experiência bem sucedida implementada em Portugal. O projeto-piloto envolve também a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o Instituto Aço Brasil.
O Brasil possui uma frota de 44,8 milhões de veículos, Desse total, 7% é responsável por quase um terço de todas as emissões de gases poluentes na atmosfera. E 30% do total em território nacional está localizada no Estado de São Paulo. A renovação dessa frota, com a garantia de que os veículos que sairão de circulação receberão, em sua integralidade, destinação de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é espinha dorsal do projeto-piloto.
A Gerdau já promove, atualmente, a compra de lotes de veículos classificados como em “fim de vida útil” em leilões promovidos pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans). A média de aquisição é de três mil unidades por certame, realizados até quatros vezes por anos. O aço das carrocerias é prensado e levado para a unidade da empresa em Araçariguama (SP). Lá, cerca de 80% dos metais são reaproveitados no processo produtivo da Gerdau.
Com o projeto-piloto, ainda nos pátios dos Detrans, a siderúrgica realizará, por meio de prestadores de serviço especializados, a retirada da bateria e de outros componentes considerados tóxicos (óleos, extintores de incêndio, combustíveis, etc.). Nesse momento, será informado ao IBER o volume disponível de baterias inservíveis e sua destinação. Ao rastrear e comprovar toda a movimentação, o IBER analisa a participação das empresas no sistema e estimula a movimentação e destinação de forma adequada, nas proporções obrigatórias por lei. Isso garantirá o cumprimento da PNRS e melhora nos resultados de reciclagem.
A entidade apresentará a lista de associados adimplentes aptos a coletarem essas baterias, assim como emitirá toda a documentação e realizará o rastreamento da movimentação. A empresa associada também informará todas as informações relativas à destinação ambientalmente correta, com a devida comprovação das quantidades movimentadas.